No momento em que você nasceu
algo de belo aconteceu na lua, n’algum planeta
de dentro de mim...
Algo comum no espaço,
pareceu extraordinário aos astros,
porque coincidiu com o segundo em que você nasceu.
O universo para além de mim
pouco deve saber de teu nascimento,
mas o universo que eu sou,
os corpos celestes que vivem dentro do meu corpo
(e revezam com minha carne a minha existência),
entraram em comunhão divina
e puderam se sentir em paz
na luz explosiva que se criou em
mim
quando seus olhos sorriram para o meu céu.
Quando tua pele, ainda sem rugas,
sentiu os ares do mundo,
eu ainda muito tardaria a chegar
e, ao chegar,
foi somente quando você nasceu para mim
que eu passei a viver.